Na semana passada aconteceu algo que me deixou tão desconfortável que me levou a levantar-me da mesa do café sem tocar naquilo que acabara de pagar para comer.
Quase todos os dias por volta das 16h30, vou a um café tomar alguma coisa. Vou sempre ao mesmo café e até sou muito bem atendida, não tenho razão de queixa, até que... há um(a) funcionário(a)... (não vale a pena ires ao ginásio que sempre que abres a boca... estragas tudo...).
Primeiro, atrás de mim na fila para atendimento, surge um pai que na brincadeira (sim, eu percebi que era na brincadeira) pergunta ao filho de 5 ou 6 anos, suponho eu, qual é o tabaco que ele quer porque o menino estava a brincar no ecrã da máquina de tabaco. O CAFÉ TODO olha para ele, mas o gajo só repara em mim.
Ele tenta explicar-se DA PIOR MANEIRA.
- ''Agora toda gente pensa que vou dar tabaco ao meu filho...'' - disse, dirigindo-se para a senhora que o acompanhava.
- ''Eu não vou dar cigarros ao meu filho, não se preocupem. Eu não sou cigano!'' - exclamou.
O QUÊ?!
Eu não posso ouvir essas coisas!!
Não é preciso ser-se cigano para se ser negligente com um filho.
Existem bons pais e maus pais de todas as etnias, raças, estatutos e classes sociais!
E, de repente, do nada... penso que foi por que me ouviu a fazer o pedido e percebeu que eu tenho um problema na fala, diz: ''Ah já sei porquê que olhou para mim... tem um atrasozinho...''
Vocês podem imaginar a explosão que houve na minha cabeça?!
Toda a gente olhou para ele e ele só reparou em mim... eu acho que ele quis amenizar de alguma forma o facto de ter feito aquela pergunta estúpida ao filho. Foi na brincadeira mas estúpida na mesma!!
Nisto, houve algo que me chamou à atenção: a senhora que estava com eles não se pronunciou uma única vez... ou não se quis comprometer com toda aquela estupidez ou é totalmente manipulada por ele, creio que fosse a companheira dele e mãe do menino.
Depois, na fila de atendimento para pagar, surge o(a) tal funcionário(a) que começa a falar de mim para os colegas como se eu não estivesse ali, sendo que estava ao meu lado.
Eu já tinha feito o pedido mas eu vi que não tinha dinheiro que chegasse e disse ao(à) funcionário(a) do caixa que ia buscar o restante à mala que já tinha pousado na mesa. Entretanto, o(a) funcionário(a) do caixa segue para outros pedidos (o que eu também não achei muito correto, podia ter esperado 5 segundos. Mas também não sei se são as regras...), mesmo assim, pus-me na fila para pagar, o pedido já estava registado. Era só pagar.
E o(a) tal funcionário(a) a falar de mim na minha presença como se não estivesse ao meu lado, como se eu tivesse um atraso...
-''Para quem este pedido?''
-'' É para ela?!'' - apontando para mim.
Eu olhei. E pergunta-me a gritar, sublinho que estava ao meu lado, ''É PARA TI??? É SÓ ISTOO??
Eu: Não.
- '' O QUE É QUE ELA QUER MAAAISSS?'' - pergunta aos colegas.
Os colegas a tentarem trabalhar e a responder também...
Dirige-se de novo para mim:
- ''PODES SENTAR-TE''
Eu educamente: ''ainda não paguei...''
Agora baixinho:
''Ela ainda não pagou??''
Eu: Não...
Três vezes, eu disse.
-Não!
- '' tá ruim...'' - disse referindo-se a mim.
Eu só respondi: ''eu não 'tou ruim...'', mas com vontade de lhe explodir com a cara.
Aquilo estava a fazer-me um embrulho e, finalmente, eu consegui pagar porque as clientes que, supostamente, estavam atrás de mim e passaram-me à frente só porque eu fui buscar a carteira, cederam-me o lugar com muita pena de mim... tendo conversas paralelas com o(a) tal funcionário(a) sobre mim por cima de mim, como se eu não estivesse ali, estando eu no meio daquilo tudo.
Paguei e fui sentar-me, a tal pessoa foi servir-me. Mas eu não consegui nem olhar para a comida. Só olhava ao meu redor, via o pai com o menino, via o(a) tal funcionário(a), as clientes... só me senti enojada com tanta podridão que me levantei e fui-me embora sem olhar para trás. E NEM TÃO CEDO VOLTO LÁ.
Devia ido embora antes de pagar, mas só pensei a seguir... no momento exato dos acontecimentos, eu congelo.
Eu sei que para a maioria das pessoas é algo corriqueiro. Nada de mais.
Mas na passada Quarta-feira, depois de tantos anos a tentar, eu consegui descascar 6 ou 7 batatas com o descascador manual.
Para mim é uma grande vitória e reflexo da minha resiliência. Sempre que decidia cozinhar batatas, antes de colocá-las no tacho e cozê-las com casca como eu faço quando estou sozinha, tentava sempre sem sucesso, mas na Quarta-feira, eu consegui!!😉👍
Fiquei felicíssima e muito orgulhosa da minha conquista.
Na semana passada fui a um restaurante/café para beber um galão e comer um doce.
Porque eu tenho uma deficiência na fala não consegui fazer-me entender à primeira, mas o comportamento dos funcionários que me atenderam foi inadmissível.
Vocês sabem aqueles adolescentes que se riem de qualquer coisinha que até nos dá vontade de lhes arrebentar a cabeça?
Era isso que parecia.
Talvez ainda sejam adolescentes e estejam ali a fazer part-time, no entanto, isso não justifica ficarem assustadissímos comigo como se eu fosse um extraterrestre e rirem-se de mim como se eu fosse um palhaço.
Foi isso que se passou.
Não me entenderam, então ficaram a olhar para mim como eu fosse um alienígena, a passar a "batata quente" um ao outro, a rir-se na minha cara e sussurrar sobre mim à minha frente como se eu não estivesse ali...
Se o cliente que estava na fila percebesse português eu sentia-me humilhada. E senti-me mesmo!
Quando finalmente consegui fazer-me entender, sentei-me tomei o galão, comi o meu doce, de seguida, decidi fazer reclamação, porque eu até sou muito compreensiva mas já chega!
Século XXI, 2023 já é altura de ultrapassar esses problemazinhos da treta e preconceitos parvinhos de quem tem cérebro de galinha. Cá sei, sejam criativos, inovadores, ofereçam o menu para tentar entender.
Quando eu pedi o livro de reclamações, o rapaz tontinho nem sabia onde estava o livro. Passou 15 minutos à procura, foi preciso outra pequena vir também nada profissional que não se preocupou muito mas lá foi e encontrou-o.
Enfim... eu sei que a reclamação não vai fazer grande efeito mas fi-la, acreditando que vá mudar alguma coisa.
Recebi um email Standard a pedir desculpas e blá, blá, blá...
Na minha opinião, eles não tiveram aquele comportamento por preconceito, mas sim, por imaturidade.
Cada vez mais, eu vejo miúdos muito novos a trabalhar sozinhos em cafés e restaurantes e quando isso acontece é um pandemónio. Quando chega um colega mais velho ou mais maduro mudam de atitude.
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Eu tive a extraordinária ideia (ou não muito extraordinária) de fazer um vídeo a exemplificar os exercícios que fazia na terapia da fala quando por lá andava...
Peço desculpa por alguns erros de edição. Corrigi mas depois do segundo download o vídeo deu erro. Por isso, publico o vídeo assim mesmo.
Espero que gostem!
Vocês acham que eu devo falar nos vídeos? Eu tenho complexo de ser gozada...
Como portadora de deficiência, considero que é um grande passo.
A integração das pessoas com deficiência já existe há algum tempo, mas posso dizer por experiência própria, muitas vezes, é difícil fazer-nos visíveis.
Posso partilhar em que já estive em situações em que a pessoa que estava a realizar determinado trabalho não percebia patavina do que estava a fazer e, mesmo assim, os superiores não me incumbiram da tarefa porque não confiavam nas minhas capacidades.
Foi necessário alguém de fora do núcleo do trabalho dizer que eu sabia fazer aquilo...
Enfim.
Por isso é muito bom que deem essas oportunidades. O que pode acontecer? Não correr bem... e depois?
Tantos filmes que os protagonistas são grandes atores e não fazem nada de jeito nos filmes...
Normalmente, eu gosto sempre de escrever sobre este dia: 03 de Dezembro - Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, por isso, andei a pesquisar algo realmente interessante para partilhar neste dia, e depois de procurar encontrei estas imagens que significam muito em que a maioria das pessoas têm o mesmo pensamento e fazem os mesmos comentários, mesmo que digam que não:
Isto é tão verdadeiro como desconfortável e absolutamente rídiculo!
Ficam-nos a analisar como se fôssemos ratos de laboratório e eu não tenho quase nada comparado com outras pcd (pessoas com deficiência)... então se para mim é constrangedor, não quero imaginar para elas...
Mas a realidade é que acontece, tanto no trabalho como noutra situação do quotidiano.
Como lidar com isso?
No que me diz respeito, na maioria das situações eu tento ignorar porque em muitas dessas situações, trata-se de pessoas cujo padrão de vida é esse, ainda mais, nós que vivemos no país dos inválidos e coitadinhos...
As pessoas nasceram e cresceram com esse exemplo de casa em que o pensamento é que as pcd são o mesmo que crianças e não têm credibilidade. Torna-se num ciclo vicioso que passa de geração em geração.
O mínimo que respondo é: '' Pois, hum, hum...'' e dou um sorriso seco.
Já aconteceu rir-me na cara das pessoas e elas a olhar para mim tipo . E eu carreguei mais na gargalhada, querem o quê? Como aquela empregada da loja que entendeu ir escolher a roupa comigo como se eu não soubesse o que queria comprar... essa cena deu-me tanta vontade de rir que me ri mesmo na cara dela.
Quando isso acontece evito ao máximo entrar novamente nessas lojas, posso ir gastar o dobro noutras lojas mas naquelas evito mesmo comprar.
De resto, o mais constrangedor que me aconteceu é fazerem-me perguntas e suposições sobre a minha vida sexual... Uma vez, perguntaram-me: '' Tu és assim... Tu já fizeste...?'' Como se tivessem muito a ver com isso... enfim. É gente xunga!
Eu já estou vacinada contra muitas dessas situações, outras ainda vou trabalhando... Na minha opinião, existe três tipos de pessoas:
1- Os que não se chocam nem se comovem com isso;
2- Os que até têm a ideia errada mas se eu explicar ou mostrar como realmente é, eles entenderão;
3- Os que cujo padrão de vida é tão limitado que não vale tentar mostrar as minhas capacidades.
Também existem aquelas pessoas provocadoras e aquelas que têm por hábito transferir as suas fraquezas para os outros, que associam tudo a uma doença, etc... Mas isso são outros quinhentos.
Se isso é mau? É. Se é mau ver que até algumas crianças tratam pcd como se estas fossem mais novas do que as ditas crianças? É. Se isso mostra que ainda não se evoluiu nada ou quase nada? É. Se me dá vergonha alheia? Sim. Mas não se consegue o mundo todo ou só de uma só vez e cada um tem de lutar por si, por isso é que como pessoa com defiência, considero que tenho de saber lidar ou não lidar de todo. Depende da situação.
Outra coisa que eu aprendi foi quando alguém se dirige a mim dizendo: ''Tu não és deficiente, só tens o braço assim''. , a pessoa que diz isso ou as pessoas que dizem isso pensam três vezes o contrário. Pensam que eu tenho muitaaas dificuldades e, podem ter a certeza, que o facto de eu ter uma deficiência lhes causa muita confusão.
Quando me dizem isso, querem convencer-me a mim ou a vocês?
Eu sou deficiente motora: babo-me, falo como o Pato Donald ou como um rádio estragado, sou maneta e perneta. E tudo bem!
Reconhecer que eu sou defiente não me atribui mais dificuldades... brincar com a minha condição ou permitir que as minhas pessoas o façam não quer dizer que me estou a desvalorizar.
Antes de mais, quero desejar um excelente ano de 2022 para todos vocês. Embora o mês de Janeiro já esteja no fim, penso que ainda vou a tempo. Nunca é tarde para desejar coisas boas, n'é verdade?
Eu tive a ideia de partilhar momentos que me acontecem no meu dia a dia de uma forma mais descontraída que à primeira vista seriam embaraçosos para mim.
Bom... isto sucedeu-se há cerca de duas semanas atrás:
Por volta das 17h40, fui comprar umas peças de roupa, pois devido ao tempo chuvoso que fez durante dias a fio sem dar tréguas, não consegui secar toda a roupa e antes que ficássemos depenados, fui comprar. Dirigi-me a um estabelecimento que nunca vou, mas como estava a chover a potes e estava quase a ficar sem tempo para ir para o autocarro, fui àquele.
Quando lá cheguei, perguntei à funcionária onde estava o que queria, esta disse-me para lhe seguir. Até aí tudo bem, agradeci-lhe de forma a que me deixasse sozinha para que eu pudesse escolher à minha vontade, mas por sua vez, a menina decidiu ficar ali a escolher por mim (?) porque na sua conceção, assim seria mais rápido. Até onde eu sei, sou uma cliente e o cliente demora o tempo que considerar que deve demorar. Porquê que a moça fez isso? Óbvio, que a funcionária percebeu que eu tenho uma deficiência e na sua perspetiva, ela estava a fazer uma grande obra de caridade, além de falar comigo por gestos e mais alto do que o normal.
Eu não disse nem fiz nada contra, primeiro porque a esta altura do campeonato (com 31 anos em cima), já me é indiferente esse tipo de situações e opiniões (ponto e vírgula), é-me indiferente porque eu nunca vou aquela loja e porque a moça não agiu contra mim, não me estava a prejudicar.
Segundo, porque eu percebi que se explicasse a história de sempre, que não é preciso ajudar-me daquela maneira e blá, blá, blá... a rapariga ia levar uma eternidade a fazer o click.
E por último, eu estava com pressa, muita pressa mesmo.
Apenas respondi: Hum, hum... 'tá bem.
Achei muito engraçado o esforço dela em atender-me, digamos que tive direito a atendimento personalizado e à saída eu vi na sua cara que ela sentiu que fez algo de grandioso, estava orgulhosa.
Se eu me senti ofendida, ridicularizada e/ou discriminada? Não. Atualmente, já não. Em boa verdade, eu apenas lamento que no século XXI, ainda haja pessoas tão limitadas quanto a miúda de 20 e tal anos que me atendeu. Quem estava a fazer um papel rídiculo era ela.
Desde já, quero desejar um bom mês de Dezembro para todos.
E antes de terminar o dia, gostava de escrever sobre o dia de hoje.
É provável que este dia passe despercebido para muitas pessoas, mas hoje é 3 de Dezembro - Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.
Ok, ok... eu não vou falar outra vez de mim. Vocês já sabem e se não sabem, saberão conforme lerem o blog.
Ontem eu vi uma publicação no Facebook, uma publicação que já vi várias vezes e nem de propósito, apareceu-me mesmo quando estava a pensava no que podia escrever.
Esta publicação:
Bom... à primeira vista é ridículo, não é? Vender fruta cortada dessa maneira... até parece que as pessoas não têm força para tirar a casca de uma simples clementina ou tangerina.
Mas... antes de comentarem ou reagirem, por que não pensam? Por que não pensam antes de postar essas imagens?
Para uma pessoa sem deficiência até pode ser ridículo, demais. Um absurdo. Mas imaginem, para uma pessoa com deficiência cujas mãos estejam condicionadas, isto ''salva-a a vida''.
Por exemplo, eu tenho a mão direita paralisada (não totalmente) não tenho pegada fina, não consigo descascar nem cortar algumas frutas, por exemplo: melancia (a minha fruta preferida), kiwi, melão, meloa... as clementinas eu consigo, por isso eu compro clementinas e não compro laranjas.
Às vezes, no Verão apetece-me comer melancia e eu não consigo cortar e quando eu vivia num quarto arrendado não dava jeito de comprar uma melancia, então comprava essas couvetes de melancia, melão, mamão e deliciava-me toda.
E não é só para pessoas com deficiências, também serve muito bem para pessoas que partilham casa e por isso, não têm frigorífico só para si, pessoas que vivem sozinhas... em estúdios mínimos, para o lanche das crianças, elas acham piada a essas coisas. Pessoas que não comem muita fruta, mas ''vá lá... todos temos de comer fruta, de vez em quando.''
Eu, como pessoa com deficiência, digo que ainda bem que criaram essa alternativa de vender fruta cortada. Foram as inúmeras vezes que desejei comer uma melancia, um melão, um kiwi e não comprei porque sabia que não consigo cortar.
Além disso, permite que a pessoa com deficiência possa comer sem ter de pedir que lhe cortem ou descaquem a fruta.
Vocês imaginam o prazer que uma pessoa com deficiência sente em não ter de pedir ajuda e depender da boa vontade alheia, ainda mais, quando se trata de pedir ajuda para comer...?
Olá, pessoas! Hoje começo a contar as histórias de Lia. Em boa verdade, são pequenos relatos ou excertos um pouco caricatos ou constrangedores da sua vida pelos quais Lia vai passando, tudo relacionado com a sua condição de pessoa com deficiência. Eu vou escrever tentando ser fiel a todos os pormenores mas algumas palavras podem ser minhas, mas as histórias são de Lia.
A primeira situação, foi assim:
Não sabes o que se passou hoje. Fui trabalhar e reparei que as pessoas estavam a comentar alguma coisa sobre mim e que estavam chateadas comigo, ignorei. Passadas umas horas da manhã, fui percebendo mais ou menos o meu nome aqui, ali, acolá, assim e assado. Ao longo do dia, o mesmo zuzuzu, até que percebi! As pessoas descobriram que tenho uma vida sexual ativa... mas porquê que estão chateados comigo?! Eu sempre soube que metade do pessoal considerava que eu fosse uma criança, um ser angelical, mas não se fica mal com ninguém por uma coisa dessas, nem por isso nem por qualquer ação da vida de uma pessoa, seja lá como ela vive a sua vida. Eu sou uma mulher, bolas! Tenho 24 anos, estão chateados comigo à conta da minha intimidade?! Eles estavam mesmo de cara virada pra mim, por causa disso! Eu ignorei mas não percebo qual é o espanto... ??? E o que é que elas têm a ver com isso?!
Eu não sei se vocês perceberam o motivo pelo qual estavam chateados com a Lia... perceberam?
As pessoas que convivem com a Lia não ficaram chateados por causa da sua intimidade... mas sim pelo tabu que existe aindaaaa envolvendo a sexualidade e a deficiência. Como foi descoberto, é o que menos importa... isso é lá com ela, mas é inacreditável a forma como a pessoa com deficiência ainda é vista em pleno século XXI. As pessoas desiludiram-se não foi com a minha amiga, foi com as suas próprias ideias. O pior é que a maioria das pessoas não admitem, até algumas que poderão ler este post, mas poucas consideram que uma pessoa com deficiênca pode ter e tem uma vida completamente normal em todos os setores.
Bom dia, Hoje é Dia Internacional das Pessoas com Deficiência e como todos sabem e podem ler no blog, eu sou uma dessas pessoas mas, hoje não vim falar de mim, chega de falar de mim. Enquanto, andava a ler o Feed de Notícias encontrei algo interessante que talvez vocês já viram tal como eu pela Internet, mas mesmo assim, vou partilhá-lo (o link) porque, nós temos a tendência a associar a deficiência a um determinado rosto específico e a um aspeto físico descoordenado e menos harmonioso do que nas pessoas ''ditas normais''. No entanto, nem sempre a deficiência ou qualquer doença tem um rosto específico e, em alguns casos, ficamos surpreendidos ao descobrir que determinada pessoa tem algum problema desse género. De resto, o que posso dizer mais? Não sei se tenho algum leitor portador de deficiência, mas quando se fala de deficiência não se metam comigo! Acredita em ti, que tu consegues, vais conseguir mais do que ontem e não permitas que alguém conduza a tua vida, MESMO que, andes de cadeira de rodas a ser empurrado por alguém, tu é que dizes para onde queres ir e ATÉ ONDE QUERES IR! Queres escalar uma montanha?! Queres subir uma árvore? Queres nadar? Queres casar? Queres andar de bicicleta? Queres sair de casa? Faz por onde! Eu disse que não ia falar de mim, mas só para vocês terem uma pequena noção da coisa: desde que me conheço por gente, sempre ouvi: ''ela não vai conseguir''. Conseguir o quê? Falar, andar, aprender a ler e a escrever e etc. Eu tenho 28 anos e, ainda hoje, eu ouço isso. Resultado? Eu nunca me calo, se me dão conversa é o dia inteiro. Andar? Ando, pulo, dou pontapés e o blog é a prova que leio e escrevo. E, depois?! São os outros que me dirão o que vou conseguir?! Antes disso, dou-lhes uma ''coça'' , daquelas de criar bicho e medo! Tinha mais que fazer! Cá para nós, o mau feitio deve ser utilizado nessas situações, façam birra, teimam, ''batam o pé'', mas não se rendam às pessoas, podem não conseguir (não vão consegir tudo, é preciso terem essa noção), mas insistam, tentem e só depois da 123345678901234567890123456789098765443234447887643 vez, aceitem que não dá. É engraçado, porque sempre me vieram com esse discurso ''tens que compreender que há coisas que nunca vais conseguir fazer algumas coisas.'', eu respondia que sabia. Mas não é porque tenho uma deficiência, é porque sou filha de pobre e já daí, os meus pais sempre me conscienlizaram que havia coisas que só podia ter quando eu trabalhasse, porque eles não me iam poder dar. Por ter o que tenho, eu acho que nunca foi preciso que me explicassem muita coisa... devido à educação que me deram, eu sempre compreendi muita coisa pois conseguia transferir sozinha para a minha condição. E tudo aquilo que me disseram que não, eu fiz questão de me informar se era verdade ou descobri por mim. Acho que é isso, eu nunca permiti (ou quase nunca) que me dissessem o que podia ou não podia fazer nem faço o que me dizem porque acham que sou uma tola e faço aquilo que me mandam. Por exemplo, uma vez, alguém tentou fazer com que eu pagasse a conta do almoço, como se eu não percebesse nada. - ''Agora, a Dina paga o almoço'', eu respondi: ''pago o meu. Eu não comi do teu prato''. A pessoa não estava à espera... ficou tão envergonhada que não sabia onde havia se meter. Noutras situações, quase sempre, eu respondo ''tá bem'' para não me chatear e depois cá na minha vida, eu faço e deixo de fazer o que me apetecer. Bom... já me estou a esticar. Desejo-vos uma ótima segunda-feira e tudo de bom. Beijs.
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