Atendimento personalizado
Olá,
Antes de mais, quero desejar um excelente ano de 2022 para todos vocês. Embora o mês de Janeiro já esteja no fim, penso que ainda vou a tempo. Nunca é tarde para desejar coisas boas, n'é verdade?
Eu tive a ideia de partilhar momentos que me acontecem no meu dia a dia de uma forma mais descontraída que à primeira vista seriam embaraçosos para mim.
Bom... isto sucedeu-se há cerca de duas semanas atrás:
Por volta das 17h40, fui comprar umas peças de roupa, pois devido ao tempo chuvoso que fez durante dias a fio sem dar tréguas, não consegui secar toda a roupa e antes que ficássemos depenados, fui comprar. Dirigi-me a um estabelecimento que nunca vou, mas como estava a chover a potes e estava quase a ficar sem tempo para ir para o autocarro, fui àquele.
Quando lá cheguei, perguntei à funcionária onde estava o que queria, esta disse-me para lhe seguir. Até aí tudo bem, agradeci-lhe de forma a que me deixasse sozinha para que eu pudesse escolher à minha vontade, mas por sua vez, a menina decidiu ficar ali a escolher por mim (?) porque na sua conceção, assim seria mais rápido. Até onde eu sei, sou uma cliente e o cliente demora o tempo que considerar que deve demorar. Porquê que a moça fez isso? Óbvio, que a funcionária percebeu que eu tenho uma deficiência e na sua perspetiva, ela estava a fazer uma grande obra de caridade, além de falar comigo por gestos e mais alto do que o normal.
Eu não disse nem fiz nada contra, primeiro porque a esta altura do campeonato (com 31 anos em cima), já me é indiferente esse tipo de situações e opiniões (ponto e vírgula), é-me indiferente porque eu nunca vou aquela loja e porque a moça não agiu contra mim, não me estava a prejudicar.
Segundo, porque eu percebi que se explicasse a história de sempre, que não é preciso ajudar-me daquela maneira e blá, blá, blá... a rapariga ia levar uma eternidade a fazer o click.
E por último, eu estava com pressa, muita pressa mesmo.
Apenas respondi: Hum, hum... 'tá bem.
Achei muito engraçado o esforço dela em atender-me, digamos que tive direito a atendimento personalizado e à saída eu vi na sua cara que ela sentiu que fez algo de grandioso, estava orgulhosa.
Se eu me senti ofendida, ridicularizada e/ou discriminada? Não. Atualmente, já não.
Em boa verdade, eu apenas lamento que no século XXI, ainda haja pessoas tão limitadas quanto a miúda de 20 e tal anos que me atendeu. Quem estava a fazer um papel rídiculo era ela.
Eu só achei muito engraçado.
Imagem do Google Imagens