"Já 'tou indo!"
Hoje caí e bati com o canto d'olho direito (mais conhecido por fonte) numa quina de uma mesa. Sangrou moderadamente e durante 20min, eu senti todos os sintomas do mundo: cólicas, náuseas, vontade de evacuar, tonturas, calafrios...
Enfim, mas na agonia consegui chamar o meu namorado que veio do trabalho a meu socorro e levou-me ao hospital.
Por causa de um incêndio que houve no hospital há cerca de 3 ou 4 meses atrás,alguns dos serviços do hospital estão divididos por todas as unidades de saúde da ilha, nomeadamente as Urgências. Nós sabemos. Mas precisávamos que nos indicassem para onde devíamos ir, já que a linha de saúde não nos atendeu.
Chegados ao hospital, as assistentes técnicas e operacionais tentaram nos ajudar da melhor forma e chamaram uma médica que estava nos cuidados intensivos para me ver.
Mas que besta!!
Veio, perguntou o que me tinha acontecido e depois tratou-nos como se fôssemos burros:
"- Eu não posso fazer nada. Não sabia que as Urgências não são aqui?"
"-Têm de ir à Cuf. Não podem ir à Cuf?"
"-Não posso fazer nada. Têm carro? Podem ir à Cuf no vosso carro? Vão à Cuf."
Eu respondi:
"-Já 'tou indo!" -- levantei-me e fui.
Deixei-lhe a falar sozinha e fui à Cuf onde as Urgências do hospital estão a trabalhar.
Por que ela se deu ao trabalho de vir cá baixo dizer-me que não podia fazer nada.
Não viu o corte, não limpou a ferida... não teve a mínima sensibilidade. Eu bati com um lugar perigoso. Podia ter ficado mal.
Fui mal educada? Sim. Talvez. Mas estava a sangrar. Desorientada...
Muito incompetência. Muita falta de interesse e cuidado pelos utentes. Já nas Urgências, estive eu mais de 2h com um corte na cara a sangrar... até ser atendida e ainda na triagem deram-me a pulseira verde, depois é que viram que o corte estava a sangrar mais do que parecia, deram-me então a pulseira amarela mas não mudaram no sistema. Então tudo bem, não é? Uma pessoa ali com um corte num sitio perigoso, podia ter-me dado alguma coisa que estava tudo bem. Não só sou eu. Havia lá pessoas mesmo com cara de dor à espera, à espera, à espera...