Esta manhã ia novamente chegar atrasada, se não fosse ver o autocarro a vir do outro lado, tentar correr mais do que ele e ter conseguido que o condutor parasse e esperar por mim.
Eu entrei a deitar as tripas pela boca... mal eu o vi corri que nem uma doida.
Entrei no autocarro e tirei a senha e entretanto disse um obrigada abafado pelo cansaço e pela máscara. Além disso, eu tento sempre comunicar com os olhos.... enfim, minutos depois o sr. resolveu dizer que nem sequer agradeci e da próxima vez, não espera por mim. Quando ele começou a falar, pensei que estava a falar para o auricular do telemóvel ou assim, mas logo, percebi que era comigo.
Eu nem abri a boca. Primeiro, não consegui porque ainda estava a pôr as tripas pela boca e porque achei que é uma moquenquice da parte dele e ele nem se dirigiu a mim. Atirou pedras ao ar. Ninguém tem o dever de saber que tenho um problema na fala, mas quando estou em situações de stress como esta, não consigo pôr a minha voz para fora e já não é a primeira vez que apanho aquele condutor e sempre disse ''bom dia, obrigada, adeus''. Também parte dele, tentar perceber a situação de alguma forma.
Enfim, tudo na vida é uma opção. Se eu fosse uma pessoa arrogante que nunca dissesse nada ao entrar e sair dos locais, tinha razão para reclamar como fez. E ele tem a sua razão. Não a tiro. Mas uma vez que eu tento sempre ser educada e querida com todas as pessoas, eu não me importei muito...
Digamos que eu aceitei a indignação do senhor. Bastava pensar um pouco, eu saúdo sempre as pessoas... naquela hora não era preciso tanta ofensa. Bastava pensar um pouco.
Ainda da última vez que saí do autocarro cujo condutor era o mesmo senhor, levantei a mão em forma de despedida.
Não sei o que se passou porque eu fui para a paragem à hora do costume, mas o minibus só ''quis'' passar 16 minutos depois, pelo que eu só entrei no minibus a parcos minutos que devia estar a entrar no trabalho. A minha sorte é que só leva 5/7minutos a chegar cá baixo.
Ufa...
Mas foi mesmo uma manhã para esquecer... mesmo aqui no trabalho parecia que tudo estava errado... fui fazer coisas fora do escritório, tive de esperar montes de tempo pela minha vez, o telemóvel não carrega... que porcaria de manhã!
Finalmente, é hora de almoço. Estou cheia de fome. Não tive tempo para comer...
Todas as manhãs, tenho o hábito de tomar um galão. Geralmente, peço só um galão. Há quem tome café, garoto, curto, cheio... eu peço um galão. Cai-me melhor... Agora que vivo mais longe do trabalho tenho de apanhar o minibus. Por isso, agora chego mais cedo à baixa, às vezes meia hora, às vezes 15 minutos conforme... o que me permite ter mais tempo para tomar o ''meu'' habitual galão ou se eu quiser dar um passeio ou resolver alguma questão, se necessário.
Como o minibus para mesmo ao lado de um café, não estou às voltas e tenho ido àquele café. No entanto, há um dos funcionários que não me agrada muito... tem algo de falso... sorriso forçado. Depois de pedir o que quero e pagar, os funcionários já sabem de antemão que eu não consigo levar o tabuleiro para a mesa, por isso, antes de eu pedir já o fazem. Essa pessoa também leva, nunca recusou mas ao contrário dos colegas não me pergunta onde me quero sentar, põe o tabuleiro numa mesa livre e vai-se embora. Como se eu por precisar de ajuda, não tenho direito a escolher onde me quero sentar. Os colegas, por sua vez, perguntam sempre, mesmo que seja pela miléssima que me atendem. O respeito e o tratamento para com os clientes é sempre o mesmo.
Hoje fui servida por essa pessoa que fez a mesma coisa de sempre, pega no tabuleiro e vai pô-lo numa mesa e como de costume, essa pessoa não coloca o tabuleiro como deve ser, meio que o empurra e hoje o galão derramou. TAL BEM FEITO!!
A desculpa que deu foi que têm falta de papel para colocar no tabuleiro, por isso escorregou. Eu não disse nada. Fui sentar-me noutra mesa e esperei que me servisse outra vez.
Mas o copo não escorregou por não ter papel por baixo, o copo tombou porque tu não sabes servir.
Da segunda vez que me veio servir, já pôs o copo como deve ser na mesa.
É para aprenderes a servir as pessoas- disse eu para comigo.
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