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Jun17
Para dizer a verdade
mau feitio
Para dizer a verdade, não tenho andando muito inspirada para vir aqui escrever, enfim... há dias assim. Mas há pouco dei comigo a pensar no que vivi até hoje e cheguei a uma conclusão, mais precisamente a esta: independentemente de todos os momentos maus e desesperantes que passei, apesar de todas as angústias, mágoas, de toda a solidão que me assistiu, das pessoas que eu queria que ficassem mas que partiram, umas sem nada dizer,outras anunciando a hora de partida, apesar das pessoas que eu afastei e daquelas que se afastaram sem razão aparente, das antipatias, das amizades que se tornaram inimizades e daquelas que se congelaram por nada mais haver para dizer nem viver, dos amores não correspondidos, dos efémeros e dos mal vividos pela falta de amor, dos prazeres fugazes, dos sonhos falhados, da vulnerabilidade, da vulgaridade, das desculpas que não pedi, do perdão que não ouvi, dos exageros e excentricidade para me sentir melhor, das desilusões, do tempo perdido, mal gasto, da vida não vivida, das inúteis esperas, dos choros, das quedas, dos conflitos, das derrotas, do escárnio alheio, do futuro ameaçado, das causas perdidas e das palavras malditas, dos palavrões atirados ao ar de forma desconcertante, da falta de amor, amizade, carinho e da falta de vida, dos não avanços e dos retrocessos, independentemente disso tudo e de algo mais, devo dizer que eu continuo a acreditar no mesmo Deus, na mesma vida, nos mesmos sonhos, no mesmo possível e isso é unicamente fantástico e, por mais vezes que volte ao lugar de onde saí, sempre irei para a frente. Quero ainda ir para onde sempre quis ir, conhecer quem sempre quis conhecer, chegar onde sempre almejei e viver a vida que sempre quis, como sempre quis. A querer a vida da mesma forma, na mesma intensidade, com a mesma tenacidade. O que mudou? Muita coisa, mas são só coisas. Noutra altura, falo do que mudou, mas agora tudo está como sempre quis.
Fotografia da minha autoria |